O SIMPÓSIO

Histórico e Atual
  • II Simpósio Ibero-Americano e IV Simpósio Nacional de Epistemologia Qualitativa e Teoria da Subjetividade insere-se em uma trajetória que remonta à primeira edição do evento, realizada no Centro Universitário de Brasília, em 2017. Naquela ocasião, em celebração aos 20 anos do livro seminal desse referencial, Epistemología Cualitativa y Subjetividad (EDUC, 1997; Pueblo y Educación, 1997), foi realizado, pela primeira vez no Brasil, um evento nacional dedicado à discussão sobre a Epistemologia Qualitativa e a Teoria da Subjetividade na perspectiva cultural-histórica. Esse evento contou com a marcante participação do fundador dessa perspectiva, Fernando González Rey (1949-2019).

    Fernando González Rey foi um psicólogo, acadêmico e educador cubano, radicado no Brasil desde 1995 até seu falecimento, em 2019. Seu legado oferece uma nova, complexa e influente compreensão da subjetividade a partir de uma perspectiva cultural-histórica. Por mais de 30 anos, ele desenvolveu sua proposta teórica, epistemológica e metodológica, construindo redes nacionais e internacionais de ensino e pesquisa. Seu trabalho é caracterizado por sua amplitude, profundidade e criatividade, contribuindo principalmente com os campos da psicologia cultural-histórica, pesquisa qualitativa, educação, saúde humana e psicoterapia.

    A segunda edição do Simpósio ocorreu em outubro de 2019, tendo sido também sediada pelo Centro Universitário de Brasília. Essa edição destinou-se a divulgar e analisar recentes estudos e pesquisas fundamentados pela Teoria da Subjetividade, pela Epistemologia Qualitativa e pela Metodologia Construtivo-Interpretativa, assim como discutir seus desafios teóricos e metodológicos. A segunda edição do evento tornou-se também uma homenagem a Fernando González Rey, falecido pouco antes do evento, em março deste ano, na perspectiva de dar continuidade a seu significativo legado.

    A terceira edição do Simpósio, ocorrida em outubro de 2021, foi marcada pelas medidas restritivas decorrentes da pandemia de Covid-19. Nesse sentido, optou-se pela realização online do evento. Entretanto, importantes inovações foram lançadas. Pela primeira vez, o Simpósio teve abrangência ibero-americana. Com isso, ampliamos as potencialidades de conexões entre grupos de pesquisa, professores, estudantes e profissionais de diversos países, bem como enriquecemos as discussões provenientes de desafios teóricos, epistemológicos e metodológicos situados em ainda mais variados contextos. Outra inovação da terceira edição foi a extensa programação de atividades preparatórias para o evento, com diversas lives temáticas e o curso “Introdução à Teoria da Subjetividade de González Rey”.

  • A quarta e atual edição do Simpósio ergue-se sobre essa história, articulando o que já foi alcançado historicamente nas três edições passadas do evento com algumas inovações. Optou-se pela manutenção do formato online, sobretudo para viabilizar maior participação de colegas ibero-americanos de fora do Brasil, tendo em vista os atuais preços restritivos das passagens aéreas. As atividades preparatórias foram mantidas, mas em número menor. Nesse âmbito, teremos uma atividade de lançamento do site do evento e o curso “Introdução à Epistemologia Qualitativa e Metodologia Construtivo-Interpretativa de González Rey”. O tema da edição atual é “Teoria da Subjetividade e Epistemologia Qualitativa nas práticas profissionais e nas pesquisas em diferentes contextos”, de modo que, pela primeira vez, a prática profissional será enfatizada em primeiro plano. Ainda, outra inovação desta edição é a realização do Colégio Doutoral. Essa atividade tem por objetivo possibilitar o debate reflexivo e a discussão sobre questões teórico-metodológicas, com debatedores especialistas na Teoria da Subjetividade, na Epistemologia Qualitativa e na Metodologia Construtivo-Interpretativa. Trata-se de uma atividade que promove um espaço aos doutorandos e mestrandos (a partir do 3º semestre), para apresentação e discussão de aspectos de projetos de pesquisa, que podem estar em fase de elaboração, com o trabalho de campo desenvolvido e/ou no processo de construção interpretativa da informação.

    No conjunto de todas as edições do Simpósio, incluindo a edição atual, damos destaque a duas atividades que possuem caráter inovador: (1) As Mesas Redondas, que ocorrem sem outras atividades concomitantes e que têm a presença de uma figura pouco conhecida em nosso meio acadêmico: o debatedor. O debatedor é um especialista na temática cuja função é dialogar com os palestrantes, levantando questões, críticas e tecendo reflexões a partir de suas apresentações; (2) os Grupos de Discussão Temática, que contam com a apresentação de trabalhos dos participantes, sendo organizados em torno de um tema relevante, que articula esses trabalhos apresentados. Assim, os trabalhos não são apresentados de maneira avulsa, mas como contribuições para a discussão do tema do Grupo de Discussão Temática.

    Essas inovações pressupõem desafios e interessantes oportunidades, que serão articuladas aos eixos temáticos elencados a seguir.

Eixos Temáticos


 1.   A Teoria da Subjetividade, questões conceituais e relações com outros referenciais teóricos

 2.   A Epistemologia Qualitativa e a metodologia construtivo-interpretativa na pesquisa e na prática profissional;

 3.   A subjetividade na formação de professores e de outros profissionais;

 4.   A subjetividade no trabalho pedagógico e na didática;

 5.   A dimensão subjetiva da aprendizagem escolar;

 6.   Subjetividade social, gestão e políticas públicas nas instituições de ensino;

 7.   A subjetividade na cultura digital e nas novas ecologias de aprendizagem;

 8.   A dimensão subjetiva da criatividade e inovação em diferentes contextos;

 9.   A subjetividade na saúde humana, psicoterapia e práticas clínicas;

 10.   A subjetividade no contexto do trabalho e das organizacionais;

 11.   A dimensão subjetiva das questões relacionadas às etnias, raças e suas interseccionalidades;

 12.   A dimensão subjetiva das questões relacionadas a gêneros, sexualidades, diversidade e suas interseccionalidades;

 13.   A dimensão subjetiva das questões relacionadas à desigualdade social, pobreza, direitos humanos e suas interseccionalidades.
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